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Violência - Não há o que fazer

Escrever é sempre um desafio, enfrentar uma tela branca organizar as ideias e transcrevê-las de forma que fique coerente, no meu caso é um pouco mais complicado porque tendo a pensar nas complexidades das coisas e é bem difícil simplificar ao escrever, pois imagino que tem coisas que não deveriam ser simplificadas, não sei, parece que perde um pouco do valor da ideia e a torna uma sombra ou imitação, mas vamos lá, às vezes é preciso vencer a resistência inicial da inércia e começar a escrever. Agora, escrever sobre o quê? Diferente do que acomete muitos autores o problema atual é a abundância de temas interessantes e pertinentes que abarcam nosso cotidiano, temas grandiosos quanto os desdobramentos da operação Lava Jato, os debates das reformas, o atualíssimo debate no STF sobre como proceder com as prisões provenientes da 1ª instância, e isto para ficarmos apenas no cenário nacional sem considerar a perseguição homofóbica na Chechênia, atentados contra cristãos em algumas nações islâm
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Sobre Bangu e o Brasil

Sem dúvida que uma das forças motrizes da pesquisa em história é a curiosidade, normalmente proveniente de uma dúvida sobre algo que não foi explicado ou que não se encaixe, no entanto, em outros momentos é por puro prazer de aprender algo mais. Assim se justifica uma pesquisa sobre o bairro suburbano de Bangu, local próximo a minha história pessoal e de muitos que conheço.             A imagem recente de Bangu é estigmatizada pelo complexo presidiário e suas acomodações, assim como os “ilustres” personagens que o habita. Na historiografia recente o bairro assume a responsabilidade de sediar a primeira partida de futebol no Brasil, talvez não de caráter oficial, mas foi ali que a bola rolou pela primeira vez, conduzida por operários ingleses, que após chegarem em 1891 imprimiram sua passagem com diferentes sinais culturais e arquitetônicos. No entanto, quais seriam os pontos de interseção da História do bairro com a história do país?             Em qualquer livro didático de His

Resenha Colonialism: A Theoretical Overview (Princeton. N.J.: Markus Wiener Publishers, 2010, pp. 3-22.), Osterhammel, Jurgen.

Osterhammel é um historiador alemão Ph.D. em História Moderna pela  University of Kassel e seu foco de estudo tem sido nesta área  na temática do colonialismo. Na presente obra o autor promove o debate sobre a aplicação do conceito e aprofunda seu significado numa exposição esquemática do colonialismo como vários processos diferentes de expansão e dominação de grandes Impérios e principalmente na era moderna, sem deixar para trás as raízes do conceito estudado a seus exemplos na luz de sua construção. Esta resenha se limita aos capítulos 1 e 2 da obra supracitada e pretende apresentar uma síntese do exposto pelo autor de inclusive outros trabalhos reconhecidos como The Transformation of the World: A Global History of the Nineteenth Century (Princeton, NJ: Princeton University Press , 201), Globalization: A Short History (with Niels P. Petersson, Princeton 2005)  e o Max Weber and His Contemporaries (edited, with Wolfgang J. Mommsen, London 1987), que permitiram notoriedade entre a c

Política e Representatividade não vêm se encaixando.

Fim do período eleitoral, mas o prolema é que o fim na verdade se trata do início do processo político, pois é agora que os eleitores devem acompanhar os seus candidatos, hoje deputados, governadores e Presidenta. Ao que me parece o sistema está falido, pois está defasado e confuso, no mínimo, se fosse para colocar em outro extremo diria que vivemos uma nova república oligárquica, ou não são sempre as mesmas pessoas ou as mesmas famílias? Chego a esta conclusão ao ver uma reportagem do Jornal O dia: http://odia.ig.com.br/eleicoes2014/2014-10-31/clarissa-garotinho-organiza-a-oposicao-na-alerj.html, articulações na Alerj em busca de alinhamento com o governo federal (PT) contra a liderança da casa (PMDB) que também é partido do vice presidente. Simplesmente não faz sentido enxergar a política pelo viés dos partidos, há ainda as correntes ideológicas, mas cada vez mais se encontram no indivíduo e não no partido, a população têm se tornado tão plural que não consegue se enquadrar em um m

Acesso ao Futuro - Déjà vu

Não é por falta de pauta, ainda mais aqui na minha terra o que não falta algo interessante para discorrer, mas estranhamente não me sinto muito confortável com a ideia de escrever sobre coisas que não possuo muito domínio, principalmente em um meio tão potente quanto à internet. Assim, dividir alguns pensamentos é complicado mais de minha parte do que em relação a demanda de debates que existem, enfim eu confesso que dificulto as coisas, mas de vez em quando aparecem alguns assuntos que acho interessante e falta pares para conversar a respeito. Neste mês de Outubro fui apresentado ao trabalho de Paul Ricoeur, filósofo francês, em seu livro: A Memória, A História, O Esquecimento, editora unicamp, o autor propõe um debate da memória para o usufruto da História, mas não tão simples assim a análise transcorre sobre uma historiografia do debate do conceito de memória que remete aos diálogos socráticos até o período moderno nas ciências psicológicas. A despeito da busca da verdade, a memória

Legados

                    Acabou a copa e a consciência aos poucos vai tomando o seu lugar. Após a sessão do circo do futebol teremos pela frente outro circo: as eleições. E qual é o legado que temos para tocar a vida para frente? Nenhum. Não me venham me dizer do potencial turístico, das obras de engenharia, da pavimentação ou das melhorias de transporte, pois além de acha-los todos pífios o índice que me orienta para concluir que não tivemos legado nenhum é simplesmente o seguinte: "minha vida, como brasileiro, não melhorou um milímetro".  A minha culpa nisso provavelmente se dá pela omissão, pois é mais fácil tocar minha vida pacata em plena juventude do que pensar coletivamente e enxergar os problemas  sociais que nos aflige.  Não, não sou brasileiro com muito orgulho e nem muito  amor, pois cada dia me enojo com o descaso na administração da saúde pública, da educação e da segurança (também conhecidos como a santa trindade de qualquer político) e o amor? Você consegue e

Retomar

                   Como prometi retorno ao meu cantinho de pitacos para compartilhar meus pensamentos e discutir sobre o nosso cenário contemporâneo, em todos os assuntos quanto possível, e por que não? Dos assuntos que julgamos históricos. E para retomar preciso dividir minhas impressões quanto ao nosso junho... Criamos tanta expectativa, não é verdade? Muitos acreditaram firmemente em mudança radical no país, afinal a política finalmente estava tomando sua importância em detrimento da bola, é eu sei, me entusiasmei também, mas com bom ânimo consigo enxergar pelo menos um ponto positivo, demonstramos que temos sim interesse, talvez não coragem (ninguém me tira da cabeça que nosso medo coletivo é herança do coronelismo e da ditadura), mas esperança de que um dia poderemos madurar como povo. Não sei você, mas fiquei impressionado no quanto debatemos cada assunto com o objetivo final sumariamente concluído e unanimente apoiado, mas sem nenhuma ideia de como alcança-l